Confira a coluna Sescap-Ldr na Folha de Londrina: "Bolsonaro se alinhará às pautas do mercado, avalia especialista"

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05 de novembro de 2018

Confira a coluna Sescap-Ldr na Folha de Londrina: "Bolsonaro se alinhará às pautas do mercado, avalia especialista"

Consultoria Contábil

No último dia 28 de outubro, Jair Messias Bolsonaro (PSL) foi eleito presidente da República com 55% dos votos válidos. A eleição do candidato da extrema direita quebra com a hegemonia do Partido dos Trabalhadores que esteve a frente do mais alto cargo do Poder Executivo nas últimas quatro gestões. Dentre os fatores que fizeram com que 39% dos 147 milhões de eleitores optassem pela mudança de sigla, está na grave crise econômica que estagnou o País e se agravou desde que Michel Temer (MDB) assumiu a vaga deixada por Dilma Rousseff (PT), em 2016, após esta sofrer o impeachment .

Com a vitória do candidato mais próximo do mercado, a avaliação era de um aceno positivo imediato do setor financeiro. Nutria-se a expectativa de que o dólar cairia e a bolsa de valores subisse, segundo explicou o economista Marcos Rambalducci. Contudo, o que se viu ao fim do primeiro dia de pregão após a vitória de Bolsonaro foi o oposto, dólar com alta de 1,51%, indo a 3,70, e a bolsa de valores em queda de 2,24%.

Apesar disso, Rambalducci é categórico ao reforçar o apreço do mercado com a gestão que está por vir. "Na sequência veremos a mobilização dos agentes privados no planejamento para um aumento dos investimentos na produção, consequência imediata da melhora nos indicadores de confiança, tanto do setor produtivo, quanto do consumidor", acredita.

Entre os motivos que pesam para essa grande possibilidade de namoro entre Governo e mercado está no nome do economista Paulo Guedes. "Com um perfil liberal, o futuro ministro da fazenda, Paulo Guedes, está alinhado com o mercado. Defensor de um estado mínimo, ele vai acelerar privatizações e buscará dar segurança jurídica aos investidores de maneira a atrair capital externo para aportar na produção, o que sinaliza retomada do emprego e da renda e consequente melhora do humor do mercado, que já vinha se posicionamento favorável a Jair Bolsonaro", argumenta.

Segundo o economista, o mercado conta com um compromisso assumido pelo novo presidente em relação ao combate do deficit nas contas públicas, condição necessária para que haja confiança dos empresários em investir na produção. "Isso é fundamental, pois não tomar medidas que projetem equilíbrio fiscal implicará em aumento nos juros para financiar a dívida pública e isso significará menor capacidade de investimentos e de consumo. Para que seja crível este compromisso, é necessário colocar na pauta, desde o primeiro momento, a questão da reforma na previdência". Outra medida apontada pelo especialista como esperada pelo mercado é a de que o governo estude uma reforma fiscal que, se não diminua os impostos, ao menos os simplifique.

O Brasil que chega para o novo presidente, de acordo com os dados da mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), é um país que fechou o primeiro trimestre de 2018 com 12,7 milhões de desempregados. Para estancar esta sangria, Rambalducci aponta medidas que serão necessárias para melhorar a confiança por parte do setor produtivo, tanto interno quanto do investimento estrangeiro, trazendo como resultado imediato aporte de capital na produção e a criação de postos de trabalho na indústria e a reboque dela, no setor terciário.

"O desafio imediato é a construção de consenso no Congresso Nacional para aprovação de medidas impopulares. O segundo desafio será o de implementar medidas que levem ao aumento da produtividade tanto no setor público, quanto no setor privado. E, por fim, a retomada do tripé macroeconômico de superávit primário, controle da inflação e câmbio flutuante", diz.

Com o pleito decidido a favor do candidato com mais proximidade com o mercado, o economista avalia que as pautas de investimento serão destravadas, podendo até surpreender com um crescimento do PIB em 2019. "Isso vai depender da aprovação das principais medidas de controle do deficit fiscal".

"O mercado financeiro é sensível ao risco, pois é por meio do nível de risco que os investimentos são decididos. A vitória de Bolsonaro minimiza as incertezas do mercado, diminuindo o risco, pois a postura do candidato de não ser populista demonstra ao mercado a intenção de equilibrar as contas públicas. Por conseguinte, tende-se a aumentar os indicadores de grau de investimento, demonstrando que o Brasil é um bom pagador. Assim circunstanciado nas expectativas de equilíbrio de contas públicas e obtenção do grau de investimento, o mercado financeiro tende a reagir positivamente", comenta o diretor do Sescap-Ldr, Marlon Marçal.

 

Fonte: Jornal Folha de Londrina/ Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região (Sescap-Ldr)